Bem-vindos!

"....Novos mundos ao mundo irão mostrando".
Os Lusíadas, Canto 2-45
Luís de Camões

Foi no ano de 1500 que uma poderosa esquadra, comandada por Pedro Álvares Cabral, parte do Tejo para fincar a bandeira de Portugal em terras do novo mundo, e, a seguir navegar para a Índia, repleta de riquezas e de uma cultura milenar. As frágeis caravelas portuguesas são responsáveis por um ir e vir de um sem número de produtos. Recebemos doces mangas, enviamos pungentes malaguetas. Da Índia veio nosso gado e para lá enviamos nosso caju.

Hoje, apesar das manifestações de caráter nacionalista, acreditamos que além das especificidades de costumes, é por meio da harmonia entre as culturas que construiremos novos paradigmas de convivência. Obviamente, nenhum ser existe sem alimento. Frente à diversidade oferecida pela mãe-natureza escolhemos produtos e optamos por uma forma de manuseio ou preparo. Estamos assim manifestando a cultura à qual pertencemos. 

A culinária brasileira, bem como a indiana está repleta de pimentas, cocos, cravos, canelas, coentros, castanhas de caju. Nossas comidas de cores vibrantes, exalam perfumes sedutors. Que tal amalgamar essas duas culinárias, essas duas culturas? Deixemo-nos viajar, não mais em caravelas, mas através da culinária, para mostrarmos novos mundos ao mundo! 

Nasce assim nosso blog. Curry com Ginga: um blog com receitas, histórias, dicas e harmonia. 

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Patê de Fígado

Não é nosso hábito comentarmos, em nosso blog, a respeito de nossas vidas pessoais. Abriremos uma exceção para que vocês possam entender as receitas que postaremos. Maria Luiza ganhou sua primeira netinha em outubro de 2008 (e Julia sua primeira sobrinha). Vovó coruja tem-se dedicado muito a ela, tanto em ação, como em pensamentos e reflexões, o que acabou por remetê-las, Maria Luiza e Julia, a seus passados, às suas histórias com a avó de uma, bisavó de outra. Ela, artista plástica, era uma excelente cozinheira. São inesquecíveis seus rosbifes, sua gelatina de laranja e vinho do porto feita com mocotó, e muitos e muitos outros quitutes, dentre eles seu delicioso patê de fígado de frango que comíamos com torradinhas quentes. Maria Luiza conseguiu encontrar um livro com algumas de suas receitas, que eram escritas sem detalhes, apenas indicações gerais, e a partir dele e de suas lembranças gustativas o patê foi elaborado. O espírito Economy Gastronomy, que norteou nosso último post, foi mantido: façamos uso dos miúdos !

Patê de fígado

Ingredientes:

300 gr de fígado de galinha limpíssimo
1 cebola média picada em cubinhos pequenos
½ dente de alho picado
Folhas de um ramo de tomilho
um pouquinho de alecrim, apenas algumas folhinhas, cuidado pois seu sabor é muito forte
1 folha de louro
½ xícara de um bom cognac
3 ovos cozidos picados
150 ml de creme de leite fresco
1 colher de sopa bem cheia de manteiga
Suco de um limão
2 colheres de sopa de azeite
sal e pimenta do reino a gosto
alecrim para enfeitar

Preparo:

1. Em um bowl coloque o fígado, o cognac, o tomilho e o alecrim. Deixe marinando por cerca de 30 minutos.
2. Numa frigideira grande coloque o azeite, a cebola, o alho e o louro. Refogue até que fiquem transparentes.
3. Adicione o fígado em a marinada deixando-o dourar.
4. Acrescente a marinada com os temperos, sal, pimenta do reino e mexa para incorporar os sabores e deglacear (“limpar a frigideira”). Reduza bem.
5. Retire a folha de louro e coloque no copo do liquidificador (ou se quiser no processador) o conteúdo da frigideira, os ovos cozidos e a manteiga.
6. Bata bem e sempre batendo adicione lentamente o creme de leite e a seguir o suco de limão.
7. Acerte o sal e a pimenta do reino.
8. Coloque por algumas horas na geladeira.
9. Sirva enfeitado com alecrim.

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